Os materiais plásticos vêm sendo utilizados há muitos anos pela sociedade devido às suas vantagens em comparação a outros tipos de materiais, como o aço, o vidro e a madeira. Algumas delas são: o baixo peso, o baixo custo, as elevadas resistências mecânica e química, a facilidade de aditivação e ainda por ser um material 100% reciclável.
Engana-se quem acredita existir apenas um tipo de plástico. Atualmente os mais consumidos são Polietilenos (PE), Polipropilenos (PP), Poliestirenos (PS), Policloretos de vinila (PVC) e os Poliésteres (PET). Eles são chamados de commodities devido à sua grande produção e aplicação, de acordo com o Sindicato da Indústria de Material Plástico, Transformação e Reciclagem de Material Plástico do Estado de São Paulo (SINDIPLAST).
Nesse artigo abordaremos especificamente as características do Polietileno (PE) e suas vertentes, como o plástico PEAD, conhecido como Polietileno de Alta Densidade; o plástico PEBD, que seria o Polietileno de Baixa Densidade, e o plástico PEBDL, ou Polietileno de Baixa Densidade Linear. Eles são as principais matérias-primas das geomembranas, importantes soluções que garantem a impermeabilização de solo e geram barragens de fluxo para obras de grande responsabilidade, como aterros sanitários e industriais.
Boa leitura!
Como o Polietileno surgiu?
De acordo com a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), esse plástico foi sintetizado pela primeira vez em 1898, pelo químico alemão Hans von Pechmann, de forma acidental, enquanto aquecia o composto químico diazometano. Quando seus colegas, Eugen Bamberger e Friedrich Tschirner, avaliaram a substância gasosa e branca criada, descobriram grandes cadeias compostas por CH2 e o denominaram “polietileno”.
Mas foi só em 27 de março de 1933, na Inglaterra, que o polietileno foi sintetizado tal como o conhecemos atualmente, por Reginald Gibson e Eric Fawcett, que trabalhavam para os Laboratórios químicos ICI (Imperial Chemical Industries).
Tal feitio só foi possível devido à aplicação de uma pressão de cerca de 1400 bar e uma temperatura de 170 °C, quando foi obtido o material de alta viscosidade e cor esbranquiçada (naturalmente) que se conhece atualmente.
A pressão requerida para conseguir produzir a polimerização do etileno era muito alta, e por isso gerou a investigação sobre catalisadores, realizada pelo alemão Karl Ziegler e pelo italiano Giulio Natta, que levou à criação dos catalisadores Ziegler-Natta e rendeu-lhes o prêmio Nobel em 1963 por sua contribuição científica à química.
Atualmente, o mercado nacional de Polietileno está em uma grande crescente, avançando duas vezes mais que o Produto Interno Bruno (PIB). Além disso, a indústria de embalagens flexíveis do Brasil consome 770 mil toneladas por ano desse plástico, número que representa cerca de 80% do consumo total do material no país.
Esse material plástico possui 5 vertentes, todas com propriedades únicas, variando em relação à flexibilidade, resistência, estabilidade térmica e química. Mas os três mais comuns são o plástico PEAD, o plástico PEBD e o plástico PEBDL.
Plástico PEAD: Polietileno de Alta Densidade
Como o nome sugere, o plástico PEAD é mais denso que os demais, trazendo diversas vantagens, como:
- Elevada resistência mecânica (como a impactos que podem gerar furos e rasgos);
- Elevada resistência química;
- Maior rigidez e dureza;
- Elevada resistência ao fenômeno de rompimento sob tensão (Stress Cracking Resistance).
Plástico PEBD: Polietileno de Baixa Densidade
O principal diferencial do plástico PEBD, em relação ao plástico PEAD, é a maior flexibilidade e o maior alongamento do material. Ele ainda possui uma elevada resistência mecânica e elevada resistência química.
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Plástico PEBDL: Polietileno de Baixa Densidade Linear
Por fim, temos o plástico PEBDL, que se assemelha ao plástico PEAD no quesito de elevada resistência mecânica e elevada resistência química, mas supera o plástico PEBD no quesito de maior flexibilidade e maior alongamento.
Isso pois, como o nome sugere, esse é um polímero linear, com um número significativo de ramificações curtas, possuindo uma estrutura molecular diferente do PEBD. O que garante uma solução mais fina, com alta resistência, alta flexibilidade e ainda mais leve.
Geomembranas de plástico PEAD, PEBD E PEBDL
As geomembranas são soluções produzidos através do Polietileno, utilizando o plástico PEAD, PEBD E PEBDL. Elas foram especialmente desenvolvidas para quem busca um sistema eficaz de impermeabilização, aliado a inovação e tecnologia, para obras que se preocupam com os impactos ambientais causados pelas contaminações de solos, rios e águas subterrâneas.
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Por serem produzidas com o plástico PEAD, plástico PEBD e plástico PEBDL, que são atóxicos, as geomembranas são consideradas soluções ideais para barreira de proteção de água potável e de contenção de resíduos industriais, agrícolas e até mesmo radioativos. Elas possuem possuindo uma ótima compatibilidade química que resiste às agressões causadas por esses gases e líquidos e também ao processo de degradação ocasionados pelos raios UV. Assim, essas soluções podem ser aplicadas às mais diversas obras, como:
- Lagoas para tratamento de efluentes domésticos e industriais;
- Impermeabilização e cobertura de aterros sanitários e industriais;
- Contenção de resíduos sólidos e líquidos;
- Controle de fluxo e separação de resíduos;
- Obras de mineração;
- Estruturação de canais de irrigação;
- Impermeabilização de lajes, pisos, túneis e diques;
- Aquicultura – Construção de tanques de criação de peixes, camarões, entre outros;
- Reservatórios de água e lagos ornamentais;
- Centrais hidrelétricas.
Dentre as geomembranas mais conhecidas do mercado, tem-se a TechGeo. Uma linha que é produzida com os plásticos PEAD, PEBD E PEBDL, matérias-primas virgens de alta qualidade, e aditivação correta de negro de fumo (motivo pelo qual apresentam uma coloração preta), antioxidantes e termoestabilizantes, o que lhes garante uma maior resistência aos raios UV e, consequentemente, maior vida útil e performance.
E a EcoTech, produzida com os plásticos PEAD e PEBDL. Também são desenvolvidas com resinas de alta qualidade, possuem fácil aplicação e excelente resistência mecânica e térmica, aos raios UV e às oxidações.
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Mas seu grande diferencial é sua variedade de cores (branco, verde e azul), que garante uma ótima integração paisagística, possibilitando a utilização em vales e lagos, ou como cobertura temporária em aterros sanitários, sendo a solução ideal para quem quer manter o visual harmonioso de sua obra.